HISTÓRIAS QUE ANDAM DE PRAÇA EM PRAÇA
Manhã de domingo nublado, 2 de fevereiro de 2014. 1ª ação do Projeto "Histórias Andantes". Nosso destino: Praça do Lagoas do Norte. Chegamos ao local escolhido, por volta das 9 h. Nos dirigimos ao centro da praça munidos de um carrinho de picolé contendo livros, fantoches, instrumentos musicais, papéis e lápis de cor. Algumas crianças que brincavam na porta de suas casas aproximaram-se curiosas ao ouvirem o som de um sininho. O que seria aquilo? Distribuição de picolé? Aos poucos mais crianças foram chegando e já eramos quase vinte. Hora de começar a atividade. Meu personagem: uma árvore falante. - Quem quer ser um bicho? -Trouxemos máscaras para vocês escolherem. Ainda acanhadas, cada uma delas foi escolhendo uma máscara e incorporando o bicho preferido. De mãos dadas, fizemos uma roda em volta de uma árvore e cantamos uma cantiga de roda, para depois relaxarmos imitando os bichos: primeiro, soltando o corpo e fazendo o seu jeito de andar, depois, emitindo o som de cada um. Elefante, arara, tucano, gato, carneiro, sapo..... tinha de tudo! Chegara a hora de ouvir uma história. Como preparação, o exercício das mãos, para abrir todos os sentidos. Um, dois, três e..... já! Hora de começar! A história: Tampinha, de Angela Lago, foi chamada ao som de uma melodia, acompanhada pelo violão de Tauana Queiroz. O público atento, sentado debaixo da árvore, esperava pelas surpresas da história. Era uma vez uma menina tão pequena, mas tão pequenininha, que quando alguém espirrava por perto, ATCHIMMMM!!! ela saia voando......Olhos atentos acompanhavam todo o enredo, que crescia e empolgava, com o aparecimento de uma cobra, uma onça e até um Curupira. Sustos, gritos, espantos......final feliz para a história. A personagem protagonista vence todos os perigos e junto com ela a platéia também sonha com um final feliz. O enredo alimenta sonhos e fantasias de crianças, que mesmo pequenas anseiam pela felicidade, pela busca de dias melhores. A procura de elementos da natureza, como folhas, gravetos, pedras e frutinhas incentiva a produção de desenhos a partir da história. Terminada as belas criações, estiramos um grande pano no chão para a hora da leitura. Livros literários de diversos gêneros, cores e tamanhos foram tirados do carrinho. Por alguns minutos as crianças entregaram-se ao sabor da leitura. Os mediadores, voluntários do projeto, se distribuíam entre elas. O tempo voava, mas ninguém percebia. Nuvens escuras anunciavam que a qualquer hora uma chuva poderia chegar. Já passava das 11h. Chegara a hora de ir embora. Os livros voltaram para o carrinho, enquanto o grande tecido transformava-se no rio da história ouvida, que ainda habitava a imaginação das crianças. Cada uma pegou numa ponta e juntos balançamos o pano para cima e para baixo, imitando o movimento das águas, ao som da Ciranda, cirandinha, tocada no violão. Nos despedimos com a promessa de que voltaríamos a praça, palavras de força que selaram uma amizade entre nós, as crianças e a magia das histórias. Esse é o projeto "Histórias Andantes"!! Um projeto que vai de praça em praça levando alegria, fantasia, livros e histórias!! (Se você quer ser um voluntário conheça mais sobre o projeto no blog do grupo Cafundó: grupocafundo.blogspot.com).
OBS: A ideia de levar as histórias em um carrinho de picolé é uma homenagem a memória da artista plástica Lizmedeiros, que amava livros e histórias, idealizadora do Projeto Picoler, do qual tive o prazer de participar como coordenadora. A você Liz, de coração!!!
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