Grupo Cafundó de Contadores de Histórias

É com esse mote da cultura popular que o brincante, narrador da história   “O Boi do Piauí”   (2015), de autoria de Márcia Evelin, publicado pela editora Nova Aliança (PI), com ilustrações de LuRebordosa e Danilo Grilo, pede passagem para a entrada do Bumba meu Boi no imaginário do leitor. A anunciação da chegada do Boi, personagem protagonista da trama, funciona como um pacto ficcional com a intenção de fisgar o leitor para dentro da história. A origem da manifestação cultural do Bumba Meu Boi no Piauí está ligada a colonização do estado que se deu do interior para o litoral, quando os grandes fazendeiros pernambucanos “tangiam” seu gado e conquistavam terras piauienses, tendo sido passada de geração a geração. O tempo da narrativa é mostrado, explicitamente, no início do enredo, quando o narrador, alguém que mora no lugar, diz:   “No tempo da colonização do Piauí, existiam por aqui muitos fazendeiros, com muitas terras e muitos bois...”(p.10),   o que remete o leitor a todo um c

Como formar um leitor que saiba ler não somente o texto verbal, mas o objeto livro, composto  de várias linguagens como a imagem, texto verbal e projeto gráfico? Os tempos mudaram e o professor-mediador da leitura precisa ressignificar a forma de ler-explorar a leitura e o livro literário para criança. O escritor e ilustrador Andre Neves é conhecedor desse fato quando ilustra e escreve seus livros. Ele esteve em Teresina pela Editora Paulinas divulgando seus livros em escolas e na oportunidade ministrou oficina na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA de Timon  em que falou sobre este tema. André bateu um papo sobre literatura infantil com o Grupo Cafundó e falou de alguns de seus livros que possuem esse novo formato. Confira em  https://www.youtube.com/watch?v=W5Img3wjugY&t=2s

Pode-se dizer que a XII Bienal Internacional do Livro do Ceará que aconteceu de 14 a 23 de abril de 2017 foi a Bienal da diversidade cultural, de "Cada pessoa, um livro; o mundo, a biblioteca", de todos os povos, etnias, saberes populares dos mestres e mestras e saberes ditos "eruditos", escritos em livros impressos, dos cantadores de cordel e contadores de histórias, do livro corpo, biblioteca de livros e bibliotecas vivas, de encontros e reencontros com escritores como Daniel Munduruku, Marina Colasanti, Benita Prieto, Paulina Chiziane , André Neves,  Lenice Gomes, Jô Oliveira, Wilson Serraine, Raimundo Clementino e tantos outros. Da linda proposta da  Vila dos Poetas de Fortaleza, que defende o lema de que " o amor de todo mundo para mudar o mundo", de descobertas, ideias, atividades diversas trazendo para o cenário literário a leitura de vivências circenses, rodas de saberes, lançamento de livros, cine palavra, oficinas, recitais, espetáculos, perfor

A célebre frase do pai da literatura infantil brasileira, Monteiro Lobato: "Um país se faz com homens e livros", serviu como mote para as várias atividades que fizeram parte da Feira de Livros do Colégio Diocesano versão2017. Mais uma vez fui convidada para participar da feira no bate-papo com o autor e contação de histórias. Há dois anos meu livro O BOI DO PIAUÍ (2015) é adotado pela escola nas turmas de 2º ano do Ensino Fundamental.

Um clarão súbito surge dentro de nós quando ouvimos histórias. É como uma fagulha abrindo espaço no nosso ser interno. Algo é despertado em nós, algo muito antigo que adormeceu por obra da magia de alguma fada má. Despertamos do sono de cem anos? Por que agora e só agora nos descobrimos como seres sábios e dispostos a espalhar uma sabedoria do tempo em que o tempo ainda não existia? Não sabemos. A arte de contar histórias é misteriosa, anda certo por linhas tortas, escreve trilhas que são retomadas, abre horizontes, entre eles, o da escuta e da leitura como expansão de uma sabedoria e de uma maneira de ser e viver insuflada pelo frenesi da ação criativa. Contar histórias é criar e recriar o tempo todo, não só no ambiente em que vivemos mas principalmente na nossa clareira, aquela que acendemos com a fagulha. E o melhor de tudo é que alguma fada boa vem nos despertar suavemente com a varinha da condão, a fada má se afasta, enraivecida, e então voltamos a brilhar e vibrar em c

Um bate papo com um escritor nigeriano na aula de Literatura Africana no CESTI/UEMA. Essa foi a grande surpresa que preparei para meus alunos na última sexta-feira, 24 de março. O evento foi promovido pela Editora Paulinas, de Teresina, PI, que trouxe o autor a capital para palestras e contações de histórias em escolas da cidade. Devidamente trajado com roupas estilosas, lembrando a cultura de sua terra o escritor e contador de histórias, Sunny, que mora no Brasil há mais de 15 anos, possibilitou o envolvimento da turma numa troca de saberes e experiências. Ele fala de uma África bela de muitos ensinamentos, de sua língua de origem e do sonho de criança em conhecer o Brasil, dentre outros temas, sugeridos pelos alunos, que definiram esse momento como uma oportunidade única, rica em aprendizagens e que ficará para sempre em suas memórias. Na manhã do dia seguinte, Sunny, ministrou uma Oficina de Contos Africanos, na mesma Instituicão, que contou com a participação de alunos, professore

Objetivando sensibilizar o público participante da importância da palavra poética, possibilitar o contato com um acervo de livros de literatura infantojuvenil e promover oficinas de arte, criação, jogos e brincadeiras a partir das histórias contadas, o Grupo Cafundó de Contadores de Histórias firmou parceria com o    SEMTCAS, através do Comitê Local de Gestão do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, no Projeto LIVRE PARA VIVER, em Teresina, PI. O projeto está acontecendo nos bairros Vila da Paz, Redenção, Parque Rodoviário, Vila Costa Rica e Vila Jerusalém e pretende envolver crianças e jovens em situação de vulnerabilidade e/ou usuários de crack e outras drogas. O grupo Cafundó utiliza-se de um carrinho de picolé para transportar as histórias de praça em praça (Projeto Histórias Andantes) e tem ganho o carinho e admiração de todos por onde passa, deixando a certeza de que a arte literária pode melhorar o mundo.

MAS O QUE É UMA RODA GRIÔ? Metodologia reinventada pela profa e pesquisadora, Márcia Evelin, para a vivência de histórias e memórias, utilizada inicialmente como instrumento de produção de dados em sua pesquisa de mestrado, numa comunidade de afrodescendentes, em Oeiras – PI, em novembro de 2011. O nome Griô vem da África, como são chamados os contadores de histórias, detentores da palavra poética. Numa Roda Griô tudo pode acontecer, pois abre-se um espaço para o inusitado, o mágico, a música, as cantigas e brincadeiras de infância, o lembrar. A palavra corre solta e qualquer participante pode tomá-la como sua, podendo ter como "muleta da memória" os vários objetos dispostos no centro da Roda. Crianças, jovens, adultos, todos são convidados para essa troca de saberes entre gerações. As crianças escutam com entusiasmo os ensinamentos dos mais velhos. Uma forma de perpetuar as histórias e reencantar o mundo! Desta vez a Roda Griô foi na comunidade quilombola do Mimbó, em A

Finalizamos o projeto Lendo, Criando e Contando Histórias (Grupo Cafundó e Programa Mais Cultura nas Escolas -MinC) com a montagem da Instalação Literária: "A Passagem do Pequeno Príncipe pela Escola Municipal Noé Araújo Fortes". As crianças do 3º e 5º ano foram protagonistas do clássico de Saint Exupéry, que recebeu um toque nordestino no reconto.

Em outubro de 2016, o grupo Cafundó participou de bate-papo literário e contação de histórias na I Feira de livros infantis e quadrinhos, realizada pelo projeto "Música para todos". O evento reuniu escritores piauienses que falaram de suas produções literárias. Na ocasião contamos as histórias O Boi do Piauí (Márcia Evelin)  e A Tartaruga de Sete Cidades (Anna Miranda).