SER CRIANÇA
Nos últimos meses tive a oportunidade de visitar duas creches-escolas que ficarão para sempre em minha memória como lugares de ensino-alegria. A primeira delas, a Creche-escola do SESC Floriano, me fez pensar na Escola da Ponte, em Portugal, e no livro que Rubem Alves escreveu sobre ela "A escola que sempre sonhei e não sabia que existia", por estampar em seus espaços as marcas das crianças, seus lindos desenhos. Nessa escola os desenhos das crianças são muito valorizados e decoram as paredes das salas de aula, corredores, área externa e biblioteca da escola. Nela quase não se vê decoração comprada pronta, nem feita pelos professores, mas pelas crianças. Além disso as salas de aulas possuem um cantinho especial com cortinas coloridas e fantasias para as crianças soltarem a imaginação e se transformarem em seus personagens preferidos. A outra creche-escola visitada foi a CMEI Tia Fanny, localizada no bairro Vale do Gavião, em Teresina, que leva o nome de minha querida amiga, creche-escola da qual faço parte como Amiga da Escola. Estive lá contando histórias na programação da semana da criança e fiquei encantada com a organização dos espaços e com a beleza de uma grande árvore, de letras e números, pintada no chão do pátio central. Me peguei a pensar o quanto deve ser divertido aprender as letras e números brincando e lembrei de Monteiro Lobato e de seu livro "Emília no país da gramática", onde o autor brinca com o ensino das letras e palavras. Um detalhe importante: as duas escolas têm professoras/diretoras/coordenadoras contagiantes e entusiasmadas com o que fazem e crianças que esbanjam alegria e satisfação.
Seria esse o diferencial?? Essas duas creches-escolas me fizeram acreditar que ainda é possível transformar os espaços de aprendizagem das crianças pequenas em espaços em que o ser criança fale mais alto. Ali eu me senti criança novamente!
Márcia Evelin
Professora, escritora e contadora de histórias
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